chapéuzinho vermelho

Segurança day by day

Autor: Luiz Vianna, postado em 04/05/2017 as 16:30
Hashtags: #conscientizacao

Há mais ou menos quatro décadas, era comum ouvir dos pais ou avós recomendações quanto à adoção de um comportamento seguro. “Não fale com estranhos”. “Não aceite nada que lhe é ofertado na rua”. “Não dê informações pessoais para quem você não conhece”. “Não abra a porta da casa sem ter a certeza de quem está do lado de fora”. “Não acate pedidos de estranhos quando falar ao telefone”.

Era comum também desconfiar de ofertas vantajosas demais, como produtos cujo preço destoava das lojas, sociedades em negócios duvidosos, bilhetes premiados entre outros. Parafraseando Ataulfo Alves em Laranja madura (1966), “Santo que vê muita esmola na sua sacola desconfia e não faz milagres não...”.

Voltando do túnel do tempo, o que mudou? Por que ficamos mais crédulos? Por que o diário da adolescente, que era guardado a sete chaves, hoje está no Facebook?

O fenômeno da velocidade com que as informações trafegam hoje, aliado à “necessidade” de uma comunicação instantânea, pode ser a resposta para esses questionamentos. Mas isso tudo nos tornou muito mais vulneráveis. A necessidade de estarmos onipresentes fez com que abdicássemos de conceitos básicos de segurança e isso já se tornou epidêmico.

Por isso, é fundamental rever nossas atitudes, prioridades e comportamentos, a fim de assegurarmos que eles são compatíveis às necessidades desse mundo globalizado. É imprescindível reavaliarmos o senso de urgência e facilidades que a vida “moderna” nos propõe.

A equação não está fechando, segurança é inversamente proporcional quando renunciamos as preocupações mínimas com a disponibilização das nossas informações.

O mercado é ávido para nos alcançar e cada vez mais propor produtos e serviços personalizados, mas nem sempre essa é a maior motivação. Diametralmente oposto está o contingente de pessoas que nos contata permanentemente para se beneficiar de modo escuso das nossas informações pessoais.

As palavras de ordem são ATENÇÃO e CUIDADO, pois na maior parte do tempo disponibilizamos nossas informações sem qualquer tipo de controle ou preocupação. E os mecanismos usados para coleta das nossas informações, tanto para uso benéfico, quanto maléfico, são por demais sedutores.

Vamos ilustrar algumas situações, comuns nos dias de hoje, que nos induzem a armadilhas para cessão do nosso bem mais precioso: quando você vai a uma loja e a vendedora supersimpática pede suas informações pessoais como endereço residencial, e-mail, CPF, data de nascimento, entre outros, você questiona a finalidade? E se questiona, você sabe o que eles fazem com essas informações e como elas são armazenadas? Lógico que não! Fica satisfeito com a resposta de que quando houver uma promoção eles entrarão em contato, ofertarão um brinde ou um desconto especial no seu aniversário, ou isto será um facilitador em caso de necessidade de uma troca.

Quando alguém liga, pedindo a confirmação de dados pessoais, você se preocupa quem é que está solicitando as informações? Claro que sim! Mas você tem certeza de quem está do outro lado da ligação é exatamente quem diz ser?

Documentos pessoais, contas, extratos e embalagens de produtos adquiridos são descartados de forma segura? Arrisco dizer que a grande maioria das pessoas não tem esse tipo de preocupação.

Convites on-line de diferentes tipos de sites como entretenimento, jogos, pesquisas e tantos outros são acatados sem investigar previamente a validade e a necessidade desses apelos? Pelo que venho acompanhando, acredito que sim.

Sua participação em redes sociais, sejam elas quais forem, são feitas de forma a evitar exposições excessivas ou desnecessárias, que permitam mapear e explorar o seu padrão de comportamento social ou profissional de forma não autorizada? Penso que não!

Amigos, essa lista de casos só cresce e quanto mais as tecnologias evoluem, maiores são os riscos se não ficarmos atentos. Por isso, a minha recomendação é que revisitem as preocupações que nossos avós tinham e as traduzam para a realidade dos dias atuais. Você verá que elas não mudaram, mas ampliaram em muito os vetores que nos deixam expostos.

Relacionar os aspectos técnicos de segurança não é o suficiente porque as ameaças exploram as vulnerabilidades mais simples e estas residem nos hábitos, comportamentos e atitudes do elo mais fraco, que é a pessoa.

A velocidade e a competividade que marcam este novo século nem sempre asseguram que as empresas tenham a preocupação adequada com a segurança do usuário final, deixando este exposto à própria sorte. Convém a nós, pela estrada a fora, não darmos insumos para quem tem orelhas grandes, olhos enormes e boca maior ainda!


 
 
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